O GATINHO PRETO DE MACHADO DE ASSIS

TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO MACHADO DE ASSIS: UM ESCRITOR CARIOCA DE ANDRÉ LUIS MANSUR (PÁG. 76)


Para tentar diminuir a dor de Machado, a jovem Alba Ribeiro de Araújo, filha do casal Fanny e Armando Ribeiro de Araújo, vizinhos de Machado, lhe deu, em 1906, dois anos após a morte de Carolina, um pequeno gatinho preto. Depois que o animal começou a fazer parte de rotina da casa do escritor, Machado escreveu uma carta irreverente para a menina, como se fosse o gatinho que escrevesse, uma prova de que o novo hóspede da casa lhe deu momentos de alegria. "D. Alba. Só agora posso pegar da pena e escrever-lhe para agradecer o obséquio que me fez dando-me de presente ao velho amigo Machado. No primeiro dia não pude conhecer bem este cavalheiro; ele buscava-me com palavrinhas, doces e estalinhos, mas eu fugia-lhe, com medo, e metia-me pelos cantos ou embaixo dos aparadores. No segundo dia já me aproximava, mas ainda cauteloso. Agora corro para ele sem receio, trepo-lhe aos joelhos e às costas, ele coça-me, diz-me graças, e se não mia como eu é porque lhe custa..." (Machado de Assis - Vida e Obra -Volume 4 - Apogeu, de Raimundo Magalhães Júnior).

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