FELIZ 2014, de PAULO GUEDES



CRÔNICA PUBLICADA ORIGINALMENTE EM O GLOBO DE 30/12/2013

A espécie humana insiste na extraordinária ousadia de rejeitar suas despretensiosas origens. O homem criou narrativas de fuga de sua modesta natureza. Demos fôlego a nossas precárias existências elaborando as primeiras crenças e religiões. Era preciso dar sentido a vidas biologicamente acidentais, fragilíssimas e sobretudo curtas. O encantamento do mundo foi uma exigência de mentes primitivas assombradas pela grandiosidade de um incompreensível universo. Filósofos e teólogos deram significado a vidas efêmeras construindo pontes para mundos transcendentes, habitados por almas eternas. Sopros de esperança e magia alimentando nossa vontade de viver. 

"O homem, um curioso acidente ocorrido num canto do universo, é inteligível: sua mistura de virtudes e vícios é aquela que se pode esperar do resultado de uma origem fortuita. Se me fosse concedida a onipotência e milhões de anos para experimentá-la, não me gabaria de ser o homem o resultado de todos os meus esforços", observa o resoluto ateísta Bertrand Russell. "É curiosa a ideia de que uma proposta cósmica superior esteja especialmente voltada ao nosso pequeno planeta, pois seremos destruídos quando o Sol explodir e se tornar uma estrela anã fria e branca daqui a 1 bilhão de anos", prossegue Russell em suas dúvidas quanto às boas intenções do universo em relação aos humanos. O matemático e filósofo inglês tinha especial afeição por Baruch Spinoza, o farol holandês do iluminismo radical, cuja negação dos milagres e do sobrenatural, anúncio da morte do diabo e denúncia da credulidade das massas deram início ao desencantamento do mundo. 

Compreender é um milagre ainda maior que existir. A consciência da transitoriedade de nossas vidas e de sua improvável transcendência torna imperativo realizar nossas possibilidades com ainda maior intensidade. Criamos significados para nossas vidas aperfeiçoando nossos talentos e cooperando com os demais em busca de sonhos comuns. Para Rousseau, a diferença entre o homem e o animal está na faculdade de aperfeiçoamento, de fuga de seus instintos naturais. "A vontade ainda fala quando já se calou a natureza." Que possamos dar mais significados a nossas vidas, aperfeiçoando-nos a cada dia de 2014. Afinal, temos ainda 1 bilhão de anos pela frente.

NATAL DAS CRIANÇAS NEGRAS, de Cyro de Mattos

"Árvore das Naçôes" de José Henrique Breda (Pintores com a Boca e os Pés)

Eles moravam no morro, a irmã era chamada de Bel, o irmão de Nel. Bel não recebia da vida a doçura feita com mel. E Nel não vivia a vida, lá no alto morro, como se estivesse no céu. A mãe deles chamava-se Maria. Vestia trajes simples, gastos pelo uso diário. Nunca vestiu um manto azul feito de seda para brilhar no dia, como se via na igreja com a imagem da Virgem Maria.

A mãe de Bel e Nel era lavadeira. Tinha as mãos grossas de calo de tanto bater roupa na correnteza de águas límpidas. Durante a semana descia o caminho pelo barranco com a bacia de roupas sujas na cabeça. Quando chegava à beira do rio, colocava a bacia de roupas em uma pedra grande, junto ao areal. Não demorava e começava a tirar as roupas da trouxa. Molhava, ensaboava, esfregava, lavava e torcia. Estendia as roupas nas pedras pretas para secar ao sol. As pedras pretas, cobertas de roupas estendidas, de repente apareciam coloridas naquele trecho do rio.

O pai de Bel e Nel chamava-se José, era carpinteiro. Sabia usar com habilidade os instrumentos de trabalho: martelo, serrote, enxó, plaina e formão. Suas mãos pequenas faziam cadeira, mesa e banco. Consertavam porta, janela e portão. No mês que Bel completou seis anos de idade, o carpinteiro José começou a sentir dores na espinha. Os ossos inflamados, as mãos trêmulas, o corpo todo doía. À noite no quarto gemia. O coração dele foi diminuindo o amor que tinha por São José, o padroeiro da cidade, por causa da doença que o afligia. Até que um dia o pai de Bel e Nel perdeu para sempre sua constante fé em São José, o santo protetor dos carpinteiros.

O tempo de Natal era chegado. Nel queria um avião grande, Bel uma boneca que chora. Viram o velho gordo com o rosto rosado pela primeira vez na televisão da loja. Carregava um saco de brinquedos nas costas. Tinha a barba branca e os cabelos sedosos. Vestia uma roupa vermelha. Calçava botas pretas. Numa das cenas em que aparecia na telinha, deixava escapar do rosto rosado um sorriso que transmitia uma sensação de alegria e paz a cada criança que ia falar com ele e receber o seu carinho. Os meninos no passeio da loja não tiravam os olhos da televisão. Comentavam que o velho dava brinquedos à criançada sem querer nada de volta. Eles sorriam quando o velho aparecia com as roupas folgadas na telinha. Olhinhos deles todos no querer, como que encantados cintilavam.

Com olhinhos espertos e risinhos que enchiam os dentinhos, Bel e Nel foram olhar a árvore enfeitada com bolinhas e luzinhas, armada em um dos cantos da loja. À noite as luzinhas acendiam e apagavam. A estrela no alto comovia. Descobriram depois o presépio em outro canto da loja, com os camponeses, pastores e bichos. Ficaram admirando o pequeno estábulo do presépio, que tinha o teto coberto de folha de palmeira. Um galo de crista vermelha estava no telhado. Uma estrela brilhava na cumeeira, toda acesa de Deus. Nossa Senhora e São José mostravam os semblantes felizes, ao lado de Jesuscristinho, que dormia o sono bom no berço puro e quente, feito de palha. E os três reis magos, ali no presépio, davam a entender que não eram dignos de tocar na palha onde Jesuscristinho dormia o sono sereno.

Sentados no meio-fio do passeio da loja, Bel e Nel escutavam agora a musiquinha que saía alegre pelo alto-falante no poste. De vez em quando o alto-falante baixava o som. Então a musiquinha fazia um fundo musical no mesmo instante em que entrava a voz pausada do locutor. A voz dele informava que vinha de Belém a estrela mais bela. Fora trazida pelas mãos da maior madrugada. Seu brilho imenso descaía do céu e vinha iluminar a relva onde os bichos anunciavam e cantavam o nascimento do menino Jesus. A voz do locutor ficava emocionada quando comunicava que naquele dia o menino pobre nascia no estábulo. Esse menino Deus vinha para afugentar o mal de toda a terra. A voz doce do locutor terminava a mensagem de paz eterna com mais emoção no final quando então revelava que os sinos do mundo inteiro nessa hora tocavam: É Natal! É Natal!

O alto-falante voltava a tocar a musiquinha alegre, acompanhada dessa vez de uma cantiga cativante. Bel e Nel continuavam sentados no meio-fio do passeio. Recebiam o sopro da brisa que circulava na rua, ao final do dia. A brisa suavizava os rostos deles dois em silêncio, enquanto seus pequenos corações eram tocados pela cantiga que se repetia e começava assim:

Botei meu sapatinho
Na janela do quintal.
Papai Noel deixou
Meu presente de Natal...

Dizia a cantiga ainda mais, que o velhinho sempre visitava o quarto de cada menino onde deixava, ali, um brinquedo como presente naquela noite especial. Seja rico, seja pobre, seja branco, seja preto, como Bel e Nel, o velhinho sorridente e bondoso não esquece de ninguém.

Bel e Nel colocaram os chinelos na janela do quarto. Nada acharam no outro dia. Do ponto mais alto do morro ficaram olhando as nuvens alvas, trafegando no céu como grandes almofadas. Umas nuvens menores desenhavam brinquedos enquanto iam passando mansas diante dos olhos tristes deles dois.

Eles viam nesse instante a cidade lá embaixo, aos seus pés. Imaginavam a algazarra da manhã festiva. No passeio, no jardim, em qualquer canto da casa. Cada menino o brinquedo exibia. Saltava, dançava, corria, sonhava, voava, sorria.

Então souberam como o mundo dava as costas a Jesus. Não queria ver Maria. Escondia-se de José. O Natal era a lágrima que pelo rosto deles dois descia.

E uma canção desfazia.



FRASES BEM BOLADAS & MINHOCAS NA CABEÇA & REFLEXÕES INTELIGENTES

I - FRASES BEM BOLADAS


Os ursos polares adoram o frio, já os bipolares às vezes adoram, às vezes não...

Eu sempre quis ter o corpo de um atleta, graças ao Ronaldo, isso já é possível.

Programador órfão procura placa-mãe...

Liquidação de Muletas - venha correndo!...

Mamãe, por que você bateu naquela mulher que a gente viu chorando no túmulo do papai?

O amor é como a gasolina da vida: custa caro, acaba rápido e pode ser substituída pelo álcool.

Ex-namorado é que nem vestido: você vê em foto antiga e não acredita que teve coragem de, um dia, ter saído com aquilo!

Antes eu não era perfeito... Faltava-me a modéstia.

Gostaria de saber o que esse Jeová fez de errado pra ter tantas testemunhas assim...

A febre tifoide é aquela febre que, ou você cura ou ela ti.

Pobre é fogo, sempre diz que não tem nada, mas quando chove, fala que perdeu tudo.

Marido é igual a menstruação: quando chega, incomoda; quando atrasa, preocupa.

Aquele que, ao longo de todo o dia, é ativo como uma abelha, forte como um touro, trabalha que nem um cavalo e ao fim da tarde se sente cansado que nem um cão deveria consultar um veterinário. É bem provável que seja um grande burro.

A calcinha não é a melhor coisa do mundo, mas está bem perto.

A mulher está sempre ao lado do homem, para o que der e vier; já o homem, está sempre ao lado da mulher que vier e der.

Bebo porque sou egocêntrico... gosto quando o mundo gira ao meu redor.

Todo homem tem a fantasia de fazer sexo com duas mulheres ao mesmo. As mulheres deveriam gostar da idéia. Pelo menos, teriam com quem conversar depois que ele pegasse no sono.

Sabe o que é a meia idade? É a altura da vida em que o trabalho já não dá prazer e o prazer começa a dar trabalho!

Se CHEFE fosse arquivo, a extensão seria '.fdp'

Todo mundo tem cliente. Só traficante e analista de sistemas é que tem usuário.

Cabelo ruim é igual a bandido... ou tá preso ou tá armado.

Homem gato, gostoso, gente fina e fiel é igual a nota de R$ 30,00... eu nunca vi...!!!

Casar é trocar a admiração de várias mulheres, pela crítica de uma só!!!

Preguiçoso é o dono da sauna... que vive do suor dos outros.

Antigamente mulher gostava de cara que era cavalheiro, educado, romântico, carinhoso. Depois, passou a gostar de cara que se mostrava, que lutava JIU JÍTSU... Agora a moda é KARATÊ! O kara-tê dinheiro, o kara-tê carro, o kara-tê fama, o kara-tê peitoral definido...

Quem trabalha muito, erra muito. Quem trabalha pouco, erra pouco. Quem não trabalha não erra. E quem não erra... é promovido.

A faculdade virou uma instituição financeira que vende diplomas, o aluno é o consumidor interessado em comprar o diploma e, o professor, é o cara que quer atrapalhar as negociações.

Malandro é o pato, que já nasce com os dedos colados para não usar aliança!

Gordo é que nem Ferrari... quando sobe na balança vai de zero a cem em um segundo.

Aprenda uma coisa: o mundo não gira em torno de você... Só quando você bebe demais.

Se um dia, a vida lhe der as costas... Passe a mão na bunda dela.

O Brasil é um país geométrico... tem problemas angulares, discutidos em mesas redondas, por bestas quadradas.

Amigo meu não tem defeito, inimigo se não tiver eu coloco.

Quando jovens temos tempo e saúde, mas falta o dinheiro; quando adultos temos dinheiro e saúde, mas falta tempo; quando velhos temos tempo e dinheiro, mas falta a saúde.

O homem come a ave, a ave come o verme, o verme come o homem.
(Frases de autores desconhecidos)

Sexo é o único esporte que não é cancelado quando falta luz.
(Lawrence Peter, escritor)

Meu cérebro é meu segundo órgão favorito.
(Woody Allen, ator e cineasta)

Só acredito naquilo que posso tocar. Não acredito, por exemplo, em Luiza Brunet.
(Luiz Fernando Veríssimo, escritor)

Sexo é hereditário. Se seus pais nunca fizeram, você não fará.
(David Zing, fotógrafo e colunista)

A diferença entre o sexo pago e o sexo grátis é que o sexo pago costuma sair mais barato.
(H. L. Mencken, jornalista e escritor)

O objeto mais leve do mundo é um pênis. Basta um pensamento para levantá-lo.
(grafite num muro de Nova Iorque)

Mulher é igual circo. Debaixo dos panos é que está o espetáculo.
(pára-choque de caminhão)

Certas mulheres amam tanto seu marido que, para não gastá-lo, usam o de suas amigas.
(Alexandre Dumas Filho, romancista)

O marido não deve ser o último a saber. Ele não deve saber nunca.
(Nelson Rodrigues)

O sol nasce para todos, a sombra pra quem é mais esperto.
Esperanto é a língua universal que não se fala em lugar nenhum.
Das três melhores coisas da vida a segunda é comer e a terceira é dormir.
Carro é como mulher: só é bom pra quem tem dois.

(Stanislaw Ponte Preta)

Comecei uma dieta: cortei a bebida e as comidas pesadas e em quatorze dias perdi duas semanas!
(Tim Maia)

O uísque é o melhor amigo do homem. Ele é o cachorro engarrafado.
(Vinicius de Morais)

Não é triste mudar de idéias; triste é não ter idéias para mudar.
(Barão de Itararé)

Era um menino tão mau que só se tornou radiologista para ver a caveira dos outros.
(Jô Soares)

A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca.
(Carlos Drummond de Andrade)

Quem mata o tempo não é assassino, é suicida!
(Millôr Fernandes)


Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.
(Luiz Fernando Veríssimo)

Comunista até você ficar rico, feminista até se casar, ateu até o avião começar a cair.
(The Hypocrite Diaries)

Viva cada dia como se fosse o último. Um dia você acerta.
(Barão de Itararé)

O que se leva desta vida é a vida que a gente leva.
(Barão de Itararé)

Deus nos deu duas orelhas e uma boca para falar menos e ouvir mais.
(Provérbio judaico)

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II - MINHOCAS NA CABEÇA


Quem está de cabeça para baixo: os japoneses ou nós?

De onde vem tanta água? (Por exemplo, as águas do Amazonas!)

Por que o orgasmo não dura uma hora, ou os camarões não proliferam como a sardinha - ou seja, por que Deus foi tão avaro com as coisas boas?

Será que Deus se importa com os risos e as lágrimas dos homens tanto quanto os homens se preocupam com as alegrias e tristezas das formigas?

Se o dinheiro traz a felicidade, por que não se fabrica em maior quantidade? (E se não traz, por que é tão almejado?)

Por que os videntes não ficam milionários jogando na Bolsa (ou na Megassena)?

Se, por um acesso de insanidade, todos os passageiros de um avião deixarem de acreditar ser ele capaz de voar, o aparelho cairá?

É possível contemplar o pôr-do-sol sem olhos? (Os espíritas afirmarão que sim.) Deslocar-se sem pernas? (Os espíritas não têm dúvidas de que sim.) Sentir o perfume da flor do campo sem nariz? (Os espíritas talvez achem que sim.) Apreciar o sabor das iguarias sem língua? (O que dirão os espíritas?) Ter orgasmo sem órgão genital? (Claro que não!)

Existem outras pessoas? (Em outras palavras, quem garante que não sou louco?)

Por que os intelectuais de minha geração se fascinaram com as experiências trágicas da Rússia, China, Albânia etc. e ignoraram por completo a aparentemente bem-sucedida experiência holandesa?

Na maré alta, o mar se dilata ou fica um vazio no fundo?

Por que, antes de 1933, ninguém jamais afirmou que Nostradamus previu a ascensão de Hitler? (Por que só se descobre que os videntes previram um fato depois que aconteceu?)

Deus criou também os micróbios e o cocô?

Freud chegou a ter algum paciente semivitalício como (praticamente) o são os pacientes da psicanálise moderna? (Meus amigos psicanalistas que me perdoem esta brincadeira!)

Se os dez maiores engenheiros do mundo forem confinados em uma ilha deserta, farão brotar um Empire State Building? (Em outras palavras, daqui a mil anos, surgirá um livro sobre o século XX intitulado Eram os Engenheiros Astronautas?)

Estará a morte para a vida como a vigília para o sonho? (Ou seja, ao morrer, acordaremos para outra realidade?)

Se os sacerdotes são tão íntimos de Deus, por que não O convencem a fazer mais milagres? (Ou, inversamente, se são tão ineficazes, por que os sustentamos?)

Existem anjos? Números irracionais? Princípios morais? A mesa ou cadeira platônica, em si? A dignidade? O mal? Iemanjá? O inferno? O outro lado da lua? O nirvana?

Se não passamos de um átimo na infinidade do espaçotempo, por que nos percebemos como o centro do Universo?

Cai um avião lotado e se salvam alguns passageiros. Rezam agradecidos. Se Deus pôde salvá-los, por que não se esforçou mais um pouquinho e evitou o acidente?

Por que os homens deixam de acreditar em Papai Noel e continuam acreditando no Papai do Céu?

Por que chatos de galocha, ecologistas e naturalistas de plantão não atribuem às ondas de rádio e televisão que cruzam a atmosfera o aumento da incidência do câncer? (Talvez agora que dei a idéia, passem a atribuir – mas quero os “direitos autorais”!)

Por que o microfone não acabou com o canto lírico, o cinema não acabou com o teatro e o helicóptero não acabou com o alpinismo?

Por que temos medo do nada após a morte e não temos medo exatamente do mesmo nada antes de termos nascido?

Onde estavam os anjos da guarda quando os nazistas mataram centenas de milhares de crianças?

Por que nenhum místico ou vidente, em viagem astral, jamais vislumbrou que (por exemplo) durante milhões de anos a Terra foi habitada por dinossauros?

Por que não existem Cláudias, Márcias e Danieles feias? (Ou seja, o nome de batismo determina as características físicas?)

Por que os fantasmas das milhões de vítimas dos nazistas não vieram puxar os pés de seus algozes enquanto estes dormiam? (Ou seja, para que existem fantasmas se são ineficazes?)

Não passa pela cabeça dos naturalistas que cicuta e veneno de cobra são cem por cento naturais? (Aceita uma dose?)

Não passa pela cabeça dos naturalistas que usar óculos é totalmente antinatural?

Por que na Literatura as prostitutas são “santas”, os policiais vivem “crises existenciais”, os bêbados são iluminados e os ricos são desalmados quando todo mundo sabe que as putas são frias negociantes do próprio corpo, os policiais costumam ser truculentos, o alcoolismo é um flagelo e há quem fique rico pelo próprio esforço?

Se o século XXI começou no ano 2000, como apregoou a mídia, o século I começou no ano zero? (Existiu o ano zero?)

Os sentimentos também se compõem de átomos?

Por que tanto alvoroço em torno do fim do milênio, se a divisão do tempo em mil anos é arbitrária, convencional (como as fronteiras entre os países)?

Por que quem nunca se interessou por arte, quando vai a Paris, faz questão de visitar o Louvre; quem nunca se interessou por arqueologia, quando vai a Londres, sente vontade de visitar o British Museum; e quem nunca se interessou por religião, em Roma, acha que tem de ver o papa?


Se em 1930 viviam na Terra 2 bilhões de pessoas, em 1800, 1 bilhão, há 2 mil anos, uns 200 milhões e há 10 mil anos, de 2 a 3 milhões (ou seja, se a população antigamente era bem menor do que hoje) como é possível que todos os 7 bilhões de humanos atuais vivessem várias vidas passadas em outras épocas?

CONTRIBUIÇÕES DO MEU AMIGO SALOMÃO ROVEDO:

Por que o milho verde é amarelo? Por que o Mar Vermelho é Azul? Onde é o fim-do-mundo? Se gato gosta de rato por que não existe sachê sabor rato? Quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha? Por que os camicazes usavam capacete? Onde é o fim-do-mundo? Pra que seringa esterilizada em injeção letal do condenado à morte? Se toda regra tem exceção, qual a exceção dessa regra? Por que acordar os outros para perguntar se estavam dormindo? Onde o vento faz a curva? Qual a cor do buraco negro? Se um terreno é meu vai até o centro da Terra? Por que se responde pergunta sem resposta com só Deus sabe? A perna do Saci Pererê é a esquerda ou a direita? Onde é a casa do caralho? Se tudo tem fim, o que virá depois? Como é o nada? Onde o Diabo perdeu as botas? Há vida após a morte? Como o vento aprendeu a assoviar? Onde é a puta-que-pariu? O amor existe? Algo desmedido tem tamanho? Há vida fora da Terra? Como se enche o cu de rola? A consciência da morte é o fim? Ainda é possível olhar a noite? Como é zero em algarismo romano? Quem botou luz no cu do pirilampo?

Em matéria intitulada Checagem publicada na Gazeta do Povo de 4/4/2021, o colunista Guilherme Fiuza faz TRINTA PERGUNTAS QUE REQUEREM RESPOSTAS URGENTES, algumas factuais, outras no espírito das "minhocas na cabeça":

1. Zico foi ou não foi o responsável pelo corte de Romário na Copa de 98?
2. Paul McCartney foi ou não foi coautor do clássico “In my life” atribuído a John Lennon?
3. As frases atribuídas a Neném Prancha eram ou não eram de autoria do próprio João Saldanha?
4. Capitu traiu ou não traiu Bentinho?
5. A amizade é ou não é superior ao amor?
6. Com quantos paus se faz uma canoa?
7. Barbosa foi ou não foi o vilão do Maracanazo?
8. Arquimedes saiu ou não saiu correndo nu depois de gritar eureka?
9. O som do vinil é ou não é melhor que o do CD?
10. O que afinal de fato aconteceu entre Marilyn Monroe e John Kennedy?
11. O que afinal de fato aconteceu entre Frank Sinatra e a máfia?
12. O verso de Raul Seixas “Faça como fez Sinatra: compre um carro e vá embora” é ou não é referência ao crime organizado?
13. Paulo Coelho faz chover ou faz nevar?
14. “Lucy in the Sky with Diamonds” é ou não é referência ao LSD?
15. O gol de mão do Maradona seria anulado pelo VAR?
16. Quem matou Odete Roitman?
17. Se Elvis não morreu, por onde ele anda?
18. Que fim levou o monstro do Lago Ness?
19. O relógio de pulso está com as horas contadas?
20. Usar relógio no pulso direito é subversão?
21. Que horas são aí?
22. O tempo é uma medida ou uma convenção?
23. Se a luz chega antes do som seria o caso de você abrir os olhos antes de abrir a boca?
24. Falando em boca: Mick Jagger é pé frio mesmo ou foi só uma série de coincidências?
25. Existe pé frio ou os eventos são independentes das suas testemunhas e uma meia de lã resolve tudo?
26. Se Mick Jagger estivesse torcendo pro Uruguai no Maracanazo a história seria outra?
27. O rádio acabou com a literatura, o cinema acabou com o rádio, a TV acabou com o cinema, a internet acabou com a TV e ressuscitou o rádio, ou tudo não passou de um sonho?
28. Quem foi maior: Emilinha ou Marlene? Esparta ou Atenas? Pelé ou Garrincha? Beatles ou Stones? Mozart ou Beethoven? Mickey Mouse ou Pato Donald? Jô Soares ou Chico Anysio? Sócrates ou Platão?
29. Cabral pegou um vento atravessado ou já saiu de Portugal com o pacote fechado?
30. Beleza põe mesa?


III - REFLEXÕES INTELIGENTES



MOMENTOS (AUTOR DESCONHECIDO)          
Para entender o valor de um ano:
Pergunte a um estudante que não passou nos exames finais.
Para entender o valor de um mês:
Pergunte a uma mãe que teve um filho prematuro.
Para entender o valor de uma semana:
Pergunte ao editor de uma revista semanal.
Para entender o valor de uma hora:
Pergunte aos apaixonados que estão esperando o momento do encontro.
Para entender o valor de um minuto:
Pergunte a uma pessoa que perdeu o trem, ônibus ou avião.
Para entender o valor de um segundo:
Pergunte a uma pessoa que sobreviveu a um acidente.
Para entender o valor de um milissegundo:
Pergunte a uma pessoa que ganhou uma medalha de prata nas olimpíadas.
O tempo não espera por ninguém. Valorize cada momento de sua vida.

CHURCHILL SOBRE A DEMOCRACIA
Democracy is the worst form of government, except for all those other forms that have been tried from time to time.

A democracia é a pior forma de governo, com exceção de todas as outras que foram ocasionalmente tentadas. (De um discurso na Câmara dos Comuns em 11 de novembro de 1947. Churchill havia ganhado a guerra mas foi derrotado na eleição de julho de 1945. Apesar disso, não perdeu a fé no sistema democrático e retornou ao poder em 1951.)

UMBERTO ECO SOBRE A LEITURA
Quem não lê, aos 70 anos terá vivido só uma vida. Quem lê, terá vivido 5 mil anos. A leitura é uma imortalidade de trás para frente.

IVO KORYTOWSKI SOBRE O MARXISMO
Se a religião é o ópio do povo, como apregoou Marx, o marxismo é o ópio dos intelectuais.

ANTONIO CARLOS VILLAÇA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA POESIA
Maritain disse que o mundo precisava mais de metafísica do que de carvão. Podemos dizer hoje que o mundo precisa mais de poesia do que de petróleo. A poesia é de fato a emoção reelaborada na tranquilidade. É, assim, a síntese da emoção e da paz. 

PESSIMISMO BÍBLICO
E proclamei mais felizes os mortos que já há tempos faleceram do que os vivos, que ainda existem. E mais felizes que ambos, aquele que ainda não nasceu, que ainda não experimentou a malvadez que se pratica sob o sol. (Eclesiastes, 4. Pensamento análogo foi expresso por Sileno na resposta ao rei Midas sobre qual o maior bem desta vida, conforme narrado por Plutarco. Disse ele: Non nasci omnium est optimum: mortuum autem esse longe est melius quam vivere  O melhor de tudo é não nascer; mas, no caso de haver nascido, muito melhor é ao homem o morrer que o viver.) 

GERALDO HOLANDA CAVALCANTI SOBRE A ARTE DE TRADUZIR 
Escrever é um ato de coragem. Traduzir o é duas vezes mais. O escritor está livre de escrever o que quiser, de dar forma a todos os seus fantasmas. O tradutor é escravo do autor original. [...] O prazer que retira de seu penoso trabalho é solitário. Resta-lhe a satisfação do feito, como a do atleta que alcança pular a vara mais alta ou superar-se a si mesmo no salto à distância. (Jornal de Letras, 170, p. 8)

ARNALDO NISKIER SOBRE O POVO JUDEU
Não acreditamos em superioridade racial, mas há um registro que nos enche de orgulho. Os judeus representam hoje cerca de 0,23% da população mundial. A prova do valor da sua gente pode estar nesse dado essencial: 155 dos seus filhos venceram, em diferentes categorias, o Prêmio Nobel. De 1901, quando foi criado, até agora foram distribuídos 829 Prêmios Nobel. Os judeus ganharam 19% desse total, numa prova inequívoca do apreço ao estudo e à ciência, característica marcante do povo do livro." (Jornal de Letras, 167, p. 6)

JOAQUIM NOGUEIRA SOBRE OS ANOS VIVIDOS
Aos 76 anos, me lembro da frase de Woody Allen — comemorar o que? Um passo a mais para a morte? Mas acho que ele está errado. Os velhos não comemoram "um passo a mais para a morte"  comemoram os anos vividos e as batalhas lutadas e ganhas.

GOLDA MEIR SOBRE O POVO ESCOLHIDO
Quanto a serem os judeus um povo eleito, jamais concordei com isso. Parecia-me — e ainda me parece — mais razoável acreditar não que Deus escolheu os judeus e sim que os judeus foram o primeiro povo a escolher Deus, o primeiro povo na História a fazer algo realmente revolucionário, e foi essa escolha que o tornou singular. (Golda Meir, Minha vida, p. 13)

CARPE DIEM DO POETA ROMANO HORÁCIO

Sapias, vina liques, et spatio brevi
spem longam reseces. dum loquimur, fugerit invida
aetas: carpe diem, quam minimum credula postero. (Livro I, ode XI, versos 6-8) 

Em inglês:
Be wise, strain the wine; and since life is brief, prune back far-reaching hopes! Even while we speak, envious time has passed: pluck the day, putting as little trust as possible in tomorrow! 

Em português (em bela tradução, não descobri de quem): 
Sê prudente, começa a apurar teu vinho, e nesse curto espaço Abrevia as remotas expectativas. Mesmo enquanto falamos, o tempo, 
Malvado, nos escapa: aproveita o dia de hoje, e não te fies no amanhã.

Em português, resumidamente: "Só valorizamos as coisas depois que as perdemos." Much Ado About Nothing (Muito Barulho para Nada). Ato IV, Cena I. Rack no sentido arcaico de "ampliar, aumentar".

SCHOPENHAUER
SOBRE DEUS

Se um Deus fez este mundo, eu não gostaria de ser esse Deus: a miséria do mundo esfacelar-me-ia o coração.

CRISTÓVÃO BUARQUE SOBRE  O DESCASO COM A EDUCAÇÃO BRASILEIRA (QUANDO O BRASIL PERDEU A COPA AQUI DISPUTADA)
Brasil ficou entre 8 melhores do mundo no futebol e ficou triste. É 85º em educação e não há tristeza.

FRANCISCO DAUDT SOBRE A HOMOSSEXUALIDADE
Um leitor me escreveu dizendo que considerava a homossexualidade uma aberração, pois o normal era homem desejar mulher, pela sobrevivência da espécie. Respondi-lhe que a natureza não produz apenas coisas funcionais, que pelo seu raciocínio o apêndice não deveria existir – só existe para causar apendicite? – e que os 10% de canhotos que sempre houve também seriam aberrações. Escreveu-me de volta dizendo que entendia meu ponto, mas que para ele já estava muito tarde para mudar, pois tinha 75 anos. (em "Crenças Injustas")

SØREN KIERKEGAARD SOBRE A VIDA
A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida olhando-se para a frente.

EPICURO SOBRE POR QUE DEUS PERMITE O MAL NO MUNDO
Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode.
Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus.
Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo, é contrário a Deus.
Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto nem sequer é Deus.
Se pode e quer, o que é a única coisa compatível com Deus, donde provém então a existência dos males?
Por que razão é que não os impede?

JORGE LUIS BORGES SOBRE A PROMESSA FEITA À MÃE DE REZAR O PADRE-NOSSO TODAS AS NOITES
Eu não sei se tem alguém do outro lado da linha, mas ser um agnóstico significa que todas as coisas são possíveis, mesmo Deus. Este mundo é tão estranho, tudo pode acontecer, ou não acontecer. Ser um agnóstico permite-me viver num mundo mais amplo, num tipo mais futurístico de mundo. Faz-me mais tolerante.

CÍCERO SOBRE O ABSURDO DA FILOSOFIA
Nihil tam absurde dici potest, quod non dicatur ab aliquo philosophorum.
Não há nada, por mais absurdo, que não tenha sido dito por um filósofo.

DESCARTES SOBRE O ABSURDO DA FILOSOFIA
Aprendi desde o Colégio que nenhuma opinião, por mais absurda e incrível, poderia ser imaginada que não tivesse sido defendida por algum filósofo. (Discurso do Método, II)

AMOS ELON SOBRE O ABSURDO DA RELIGIÃO
Os muçulmanos ridicularizavam os cristãos por acreditarem  que Deus pôde ter um filho com uma mulher mortal. Os cristãos consideravam absurdo que os arcanjos tivessem ditado toda a verdade sobre Deus a um sujeito iletrado de uma tribo de uma obscura cidade da Arábia. Os judeus zombavam dos dois por suas lendas implausíveis, esquecendo que poderia parecer igualmente implausível que Deus tivesse firmado um pacto especial somente com eles, deixando o resto da humanidade nas trevas. Os cristãos acreditavam na Eucaristia mas consideravam absurdo a recusa de muçulmanos e judeus de comerem carne de porco.
(Amon Elon, City of Mirrors, citado na Time, 38/89, p. 52)

MIGUEL SOUSA TAVARES SOBRE O PAPEL DO ESCRITOR
O livro é quase um serviço público: tem que dar aos outros qualquer coisa em termos de informação, de distração, de romancear. Fazer o leitor ficar pensando nos personagens, no romance, na história. Tem que deixá-lo imaginar. E não basta escrever bem, tão bem que o leitor a certa altura pare de ler porque não está a seguir uma história, mas um texto literário. Escrever é um serviço prestado aos outros. É como ser médico, arquiteto, bombeiro. É um serviço público, você escreve para os outros. Não escreve para si, nem para seu grupo de amigos, nem para os críticos. (Entrevista a O Globo, 26/6/04)

WILSON MARTINS SOBRE A DICOTOMIA ESQUERDA/DIREITA
As ideias não são boas ou más por provirem de direita ou de esquerda, mas por seu valor efetivo: há más ideias de natureza esquerdista e boas ideias de natureza direitista. Os que pensam por etiquetas assemelham-se aos puristas da língua na página clássica de Eça de Queiroz, pouco interessados na verdade dos conceitos ou na beleza da literatura, e apenas preocupados com a casticidade do vocabulário e a ortodoxia da sintaxe. Ao supor que tais rótulos tenham realmente algum sentido, não há nenhuma superioridade moral em ser de direita ou de esquerda, tanto mais que, na prática, nada existe de mais parecido com os regimes de esquerda do que os de direita: o esquerdismo é a política da oposição (mesmo por parte dos direitistas) e o direitismo é a política do governo (mesmo nos regimes tidos por esquerdistas).

ROBERTO CAMPOS SOBRE SER SOCIALISTA

Quem não é socialista aos 20 anos não tem coração, e quem assim permanece aos 40 anos, não tem imaginação. (Roberto Campos, A lanterna na popa, pág. 237-8. Na verdade, Campos faz uma alusão a uma frase clássica que já teve várias versões, atribuídas às figuras mais díspares, como Willy Brand, Bernard Shaw, Georges Clemenceau, Churchill etc. (ver aqui). A versão mais antiga que se conhece é de 1875, de um livro de perfis biográficos de Jules Claretie,  que atribui a frase (erroneamente) a Edmund Burke"Celui qui n’est pas républicain à vingt ans fait douter de la générosité de son âme; mais celui qui, après trente ans, persévère, fait douter de la rectitude de son esprit." ("Aquele que não é republicano aos vinte anos faz duvidar da generosidade de sua alma; mas aquele que, após trinta anos, persevera, faz duvidar da retidão de seu espírito") Aliás, atribui-se a Juraci Magalhães frase mais vulgar, mas que no fundo diz a mesma coisa: "Quem não foi comunista quando jovem não viveu; quem continuou comunista depois de se tornar maduro é um bobo." E existe a versão de 1962 de Gilberto Amado desta mesma ideia: "Ser extremista na mocidade é sinal de bom caráter; na idade madura, de estupidez."

ESPIRITUALIDADE SEGUNDO O RABINO HAROLD SCHULWEISS
E onde procurar a transcendência? Será que não há maravilhas demais em seu mundo? Você não abriria mão dos êxtases da vida, das maravilhas, dos sinais, dos milagres em troca da simples possibilidade de se virar livremente na cama, de tossir, de espirrar, caminhar, se lavar sem dor ou cansaço?

Nissim, milagres — não em montanhas se movendo ou pessoas caminhando pela superfície das águas, mas na emoção de poder respirar e suspirar, compreender a palavra falada ou escrita, acompanhar a lógica de um argumento ou reconhecer um rosto querido. Caminhar, enfim, no êxtase de ser comum, extraordinariamente comum.

Eu me indago sobre os viajantes da espiritualidade, que buscam inquietos sinais místicos, mantras especiais, sessões espíritas, levitações, transmigrações, transes para estabelecer comunicação com os mortos, contatos com extraterrestres. [...] Eles buscam a Deus, e as maravilhas e a espiritualidade em lugares tão distantes, escalando montanhas e sondando o fundo do oceano.

Onde mais poderiam buscar a espiritualidade?
[...]

O tesouro não está distante. Ele está perto de você, em seu bairro, no meio de seu povo, em torno de você. Não está nos céus ou nas profundezas da terra, mas dentro de você. “Em sua boca e em seu coração.”

MILLÔR FERNANDES SOBRE O PERÍMETRO DA VIDA
Até um certo momento da minha vida, quando eu viajava bastante, tive a impressão de ser um homem do mundo. Depois descobri que era brasileiro e, mais tarde, que era carioca. Hoje tenho certeza de que sou um homem da Praça General Osório. O perímetro da minha vida vai diminuindo cada vez mais. Meu círculo vai de Ipanema a Copacabana. Raramente vou ao Centro da cidade. (Entrevista ao Jornal do Brasil em 24/6/89)

NORA RÓNAI (viúva de Paulo Rónai) SOBRE A RELIGIÃO
Sempre fui prática. Amigas minhas foram abençoadas pelo dom da fé. Eu fui abençoada pelo dom da dúvida. Sempre achei essa história de Deus muito mal contada. Além disso, todas as melhores pessoas, moralmente falando, que já conheci na vida, como o Paulo, o Millôr (Fernandes), não eram religiosas. É preciso uma coragem moral muito maior. (Matéria de O Globo em 6/6/2014)

UMBERTO ECO SOBRE A DEMOCRATIZAÇÃO DO DIREITO DE OPINAR
A mídia social dá o direito de falar a legiões de idiotas que antes conversavam apenas no bar depois de um copo de vinho, sem prejudicar a comunidade. Eles eram rapidamente silenciados, e agora têm o mesmo direito de falar de um Prêmio Nobel. É a invasão dos imbecis.

JOÃOZINHO TRINTA SOBRE O CULTO À MISÉRIA:
O povo gosta de luxo, quem gosta de miséria e intelectual.

TOM JOBIM SOBRE IDEM:
Temos a mania da miséria. O Brasil não pode ver nada dar certo. O Brasil ama Garrincha, mas precisa aprender a amar Pelé. Ele deu certo e o Garrincha morreu na miséria.

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