Vamos beber, amigo...
Waldir Ribeiro do Val nasceu em Ariranha, SP, em 1928. Bacharel em direito. Diretor da Editora Galo Branco, especializada em poesia. Autor de três livros de poesia e de estudos notáveis sobre o poeta maranhense Raimundo Correia (inclusive o Itinerário poético de Raimundo Correia publicado em 2006). Foi secretário literário de Augusto Frederico Schmidt e está preparando sua biografia. Os poemas aqui apresentados são da revista Poesia para todos n. 6, editada pela Galo Branco.
CONVITE
Vamos beber, amigo.
Beber ao violino que está tocando,
a essa canção que vem pelo ar,
à parede pintada de azul.
Apenas um convite.
Beber ao céu, ao mar,
aos automóveis patinando no asfalto,
à súplica do vento.
Vamos beber, amigo.
Beber à música dos rios,
aos sorrisos das crianças,
aos olhares expressivos,
às palavras saídas
de bocas vermelhas.
Vamos beber a este navio
que nos leva numa longa viagem
indefinida.
Vamos beber, amigo, vamos beber à vida.
Vamos beber, amigo.
Beber ao violino que está tocando,
a essa canção que vem pelo ar,
à parede pintada de azul.
Apenas um convite.
Beber ao céu, ao mar,
aos automóveis patinando no asfalto,
à súplica do vento.
Vamos beber, amigo.
Beber à música dos rios,
aos sorrisos das crianças,
aos olhares expressivos,
às palavras saídas
de bocas vermelhas.
Vamos beber a este navio
que nos leva numa longa viagem
indefinida.
Vamos beber, amigo, vamos beber à vida.
HÁ UM MOMENTO
Há na tarde clara um momento
em que uma borboleta cansada
pousa na estátua branca do parque.
Há um momento em que o vento
agita as folhas e os cabelos das jovens
que movem carrinhos de crianças.
Há um momento, um breve momento,
em que os automóveis passam
riscando o cristal da tarde.
Há um momento, um momento indeciso,
em que olho o horizonte e busco
no ar grave da noite próxima
um gesto de esperança.
Há na tarde clara um momento
em que uma borboleta cansada
pousa na estátua branca do parque.
Há um momento em que o vento
agita as folhas e os cabelos das jovens
que movem carrinhos de crianças.
Há um momento, um breve momento,
em que os automóveis passam
riscando o cristal da tarde.
Há um momento, um momento indeciso,
em que olho o horizonte e busco
no ar grave da noite próxima
um gesto de esperança.