SONHO DE UMA NOITE DE CARNAVAL
Lembro: o ruído que ferve e desvaira... o deleite...
A turba imensa... tu passaste e nós sorrimos,
Deslumbrado, confuso e comovido, amei-te
Num minuto supremo, e nunca mais nos vimos!
Nunca mais! Desse amor no delírio das ruas
Ficou-me um travo leve, uma doçura atroz:
Não tive as minhas mãos palpitando nas tuas!
Não escutei, sequer, o som de tua voz!
Todo o ano, a recordar-te o brilho, desfaleço,
Em meio à multidão álacre, no tumulto,
De repente, estou só e, pálido, estremeço,
Pressentindo que vai aparecer teu vulto.
Sonho de Carnaval, maravilhoso e triste!
Ah! Mundos de prazer, que em vão imaginamos!
Nunca mais eu te vi! Nunca mais tu me viste!
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