FUNERAL BLUES ou STOP ALL THE CLOCKS de W. H. AUDEN


FUNERAL BLUES ou STOP ALL THE CLOCKS
W.H. Auden

Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He Is Dead,
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last for ever: I was wrong.

The stars are not wanted now; put out every one,
Pack up the moon and dismantle the sun,
Pour away the ocean and sweep up the wood;
For nothing now can ever come to any good.


DOBRE DE FINADOS

W.H. Auden
Tradução: Ivo Korytowski
(Poema declamado na cena do enterro do filme Quatro casamentos e um funeral)

Relógios, parar! Telefone, desligar!
Um osso suculento pro cão não ladrar.
Pianos, silêncio! Com dobres de finados
Tragam o caixão, venham os enlutados.

Aviões circulem chorosos pelo céu
Escrevendo uma mensagem: ele morreu.
Os pombos da rua laços de crepe ostentarão
Os guardas de trânsito, luvas pretas de algodão.

Ele era meu sul, norte, oriente, ocidente
Domingo de lazer, meus dias de batente
Meio-dia, meia-noite, papo, canção
Pensei que o amor fosse eterno: triste ilusão!

Sejam expulsos os astros, já não fazem sentido,
A lua empacotada, o sol destruído!
Os oceanos, secados, a mata, ceifada,
Já que tudo isso não serve mais para nada!

Um comentário:

Rosa Belli disse...

ESte poema é fantástico. Eu já o amava quando ouvi no filme, mas confesso que eu não podia compreendê-lo...como parar tudo por que alguém morreu. Ilógico. Então meu pai morreu, rápido demais para eu me dar conta,não sei se o que dói é a morte em si (Puxa, cara como é que você foi capaz disso? Você não sabe que tinha que ficar aqui? E se eu precisar de você? Ou a arrogância: o quê? morreu, como assim, morreu? E eu já o tinha liberado?) ou o que dói é saber que mesmo que ele não exista mais, o mundo continua sem ele....e eu vivi (vivo) este poema.... Coloquei em meu blog e deixei o link para o seu.
Obrigada.