Aldemir Martins, Gatos |
Um fenômeno da poesia pernambucana prematuramente falecido aos 31 anos num desastre de automóvel. Segundo Alexei Bueno em Uma história da poesia brasileira, "dos maiores poetas de sua geração e um dos grandes sonetistas brasileiros. Seu Livro geral, de 1959 [...] é um dos mais importantes livros de sua geração."
A SOLIDÃO E SUA PORTA
Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
e quando nada mais interessar,
(nem o torpor do sono que se espalha).
Quando, pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha
a arquitetar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida
com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída:
entrar no acaso e amar o transitório.
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3 comentários:
Belo poema. Na escolha, Ivo, posso dizer que você foi muito feliz.
Estou conhecendo agora esse blog que estarei visitando sempre e estarei também divulgando. Espero (olha a cantada!) ver um poema de Geraldo Reis publicado nesse terreno; e aí, sim, vou me sentir iluminado, antiga Vila Rica, antiga Ribeirão do Carmo e desde Curral Del Rey, hoje Belo Horizonte. Meu abraço poético. Sucesso!
Conheço o poeta, de expressão maior, sentimentos profundos, embora desconhecido para muitos. Isso é comum em país como o nosso, de políticos corruptos, elogio a porqueiras como Big Brother e outras mazelas.
Mas não vamos desistir, pois sabemos que o bom poeta dá novos sentidos à vida, isso é fundamental como o amanhecer. É o que nos tira do caos. (enviado por e-mail e inserido aqui pelo editor do blog)
Grandíssimo poeta, morto num estúpido desastre de automóvel aos 31 anos. (enviado por e-mail)
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