Cyro de Mattos nasceu em Itabuna, cidade da região cacaueira da Bahia. Poeta, contista e cronista, é autor de 35 livros, entre eles: Os brabos, contos, Prêmio Afonso Arinos da Academia Brasileira de Letras; Vinte poemas do rio, edição bilíngüe em inglês-português, Palimage Editores, Viseu, Portugal; Poemas escolhidos, Segundo Prêmio Internacional Maestrale Marengo d'Oro, Gênova, Itália; O menino camelô, poesia infantil, Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes; O goleiro Leleta e outras fascinantes histórias de futebol, Prêmio Hors Concours Adolfo Aizen, da União Brasileira de Escritores (Rio). É membro da Academia de Letras da Bahia. Seus poemas e contos foram traduzidos e publicados nos Estados Unidos, México, Itália, Rússia, Alemanha e Dinamarca.
ITABUNA
Encontro-me no verde de teus anos,
Como sonho menino nos outeiros,
Afoitas minhas mãos de cata-ventos
Desfraldando estandartes nessas ruas.
São meus todos esses frutos maduros:
Jaca, cacau, mamão, sapoti, manga.
E esta canção que trago na capanga
É o vento soprando nos quintais.
Quem me fez estilingue tão certeiro
Nos verões das caçadas ideais?
Quem nesse chão me plantou com raízes
Fundas até que me dispersem ventos
Da saudade e solidão? Ó poema!
Ó recantos! Ó águas do meu rio!
Encontro-me no verde de teus anos,
Como sonho menino nos outeiros,
Afoitas minhas mãos de cata-ventos
Desfraldando estandartes nessas ruas.
São meus todos esses frutos maduros:
Jaca, cacau, mamão, sapoti, manga.
E esta canção que trago na capanga
É o vento soprando nos quintais.
Quem me fez estilingue tão certeiro
Nos verões das caçadas ideais?
Quem nesse chão me plantou com raízes
Fundas até que me dispersem ventos
Da saudade e solidão? Ó poema!
Ó recantos! Ó águas do meu rio!
GALO
Melhor tê-lo no seu clarim da aurora
Anunciando claras madrugadas,
Observá-lo rubro com bico e espora
Nas rações benditas, multiplicadas
Por mãos de orvalho, telúricas na hora
Sem rinha e rude medo das caçadas.
Melhor senti-lo nos quintais de outrora,
Pluma escavando o verde das jornadas
Do que encontrá-lo na multidão rouco,
Incolor pelo alto, no asfalto louco
Ou sabê-lo solitário das noites
Que passam sempre anônimas e tristes.
Vê-lo, assim, emudecido na sorte
Melhor tê-lo no seu clarim da aurora
Anunciando claras madrugadas,
Observá-lo rubro com bico e espora
Nas rações benditas, multiplicadas
Por mãos de orvalho, telúricas na hora
Sem rinha e rude medo das caçadas.
Melhor senti-lo nos quintais de outrora,
Pluma escavando o verde das jornadas
Do que encontrá-lo na multidão rouco,
Incolor pelo alto, no asfalto louco
Ou sabê-lo solitário das noites
Que passam sempre anônimas e tristes.
Vê-lo, assim, emudecido na sorte
Imutável que o tomba para a morte.
Imagem do galo obtida no site de histórias infantis O Sótão da Inês
Um comentário:
bom dia, tomei conhecimento de um livro seu, "circo do cacareco", onde fala a história do circo, com domadores, elefantes, tigres e outros animais indefesos, luto pelo fim dos animais em circo, gostaria de salientar que um elefante para aprender a dançar, pisa em cima de chapas quentes, apanha com barras de ferro,leva chicotadas de aço, nao ganha água e nem comida, na minha escola, conto histórias infantis onde mostra o sofrimento desses animais, entao por que escrever um livro incentivando, mostrando que isso é bonito? se nao é? por favor tome mais conhecimento do assunto antes de publicar um absurdo desse.
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