Nos últimos anos, na onda do politicamente correto, surgiu a acusação de que Monteiro Lobato teria sido racista. A gente tem que julgar um
artista pelo contexto e espírito de sua época. Por exemplo, na peça O
mercador de Veneza, Shakespeare cria um personagem, que é o protótipo da
imagem do judeu usurário e desalmado vigente naquela época. Por isso vamos
tachá-lo de antissemita? Charles Dickens, em Oliver Twist, cria um
personagem judeu que explora crianças ensinando-as a roubar. Por que personagem tão negativo tinha que ser justo um judeu? Por
que não católico ou hinduísta? Mas não é por isso que vamos tachar Dickens de antissemita e deixar de ler seus livros.
Aqui no Brasil temos o exemplo do escritor paraense Inglês de Sousa, um dos fundadores
da Academia Brasileira de Letras, que, no início do seu conto “A Festa do
Judeu”, desanca o “Povo Escolhido” com epítetos como “malvado judeu” e “[o]
homem que havia pregado as bentas mãos e os pés de Nosso Senhor Jesus-Cristo
numa cruz”, mas jamais ocorreu a alguém tachá-lo de antissemita, pois sabemos
que ele apenas refletia a visão do judeu na sociedade da época, moldada por
séculos de pregação pela Igreja da doutrina da culpa coletiva, com base em
Mateus 27:25: “O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos”.
Também o
grande sociólogo Gilberto Freyre teve, na juventude, uma fase “racista”, e não
é por isso que vamos desmerecer o conjunto de sua obra. Em artigo intitulado DA OUTRA AMÉRICA / "NA ARGENTINA" publicado na pág. 3 do Diário
de Pernambuco de 31 de outubro de 1920, aos vinte anos, portanto, escreveu
Freyre: “Algumas das páginas mais interessantes do livro do Sr. Lima são as
dedicadas ao problema da raça na Argentina. Parece que nesse ponto a República
do Prata leva decidida vantagem sobre os demais países americanos. Em futuro
não remoto sua população será praticamente branca. Tão inferiores em número à
caudalosa maré caucásica são os elementos de cor que o processo de clarificação
da raça argentina será relativamente breve, fácil e suave.”
Acusam Lobato de, em
sua caracterização da Tia Nastácia, ter sido racista. Acusam-no também de ter
sido partidário da eugenia, e acusam o seu único romance, O presidente negro,
de racista. Mas esquecem que em seu conto magistral intitulado “Negrinha”
Lobato faz uma denúncia pungente dos maus-tratos infligidos a uma menininha de
raça negra. Um racista de verdade jamais teria escrito um tal conto.

A Tia
Nastácia realmente é caracterizada como uma negra beiçuda e, a certa altura de Reinações
de Narizinho, Pedrinho revela que ela tinha vergonha de ser preta. “Tia Nastácia não sei se vem. Está com vergonha, coitada, por ser preta.” Mas a gente tem que entender o contexto da sociedade da época. A escravidão
havia sido abolida poucas décadas antes. Os negros libertados não receberam
nenhum tipo de indenização, e tampouco receberam instrução. Quando escravos não
frequentavam escolas, e depois de libertos o sistema educacional levou décadas
até absorvê-los. Em meados do século XX metade da população brasileira ainda
era analfabeta, e entre estes analfabetos havia uma forte proporção de negros.
Na época em que Lobato escreveu suas obras, embora alguns negros já tivessem se destacado na sociedade, como os engenheiros irmãos Rebouças, ainda eram exceções. Não
existia uma classe média negra.
E essa fantasia do negro querer ser branco não
é tão estranha quanto se afigura. Macunaíma, o herói sem caráter, criação
genial de Mário de Andrade, também nasceu preto mas, ao se banhar numa água encantada, transformou-se em “branco louro e de olhos azuizinhos, água lavara o pretume dele”. E nos próprios países africanos na atualidade não
são incomuns os cosméticos de branqueamento da pele. A Organização Mundial de Saúde
adverte que os tratamentos para embranquecer a pele praticados na África podem
causar graves doenças como a gente lê no artigo “Paying a high price for skin
bleaching” publicado na Africa Renewal de abril-julho de 2019.
Lobato, em uma de suas
cartas para Godofredo Rangel (7/2/1912), publicadas em A Barca de Gleyre,
refere-se com carinho à tia Anastácia, a “preta que eu trouxe de Areias”, ama
de seu filho Edgard, na qual decerto se inspirou para criar a tia Nastácia: “Excelente
preta, com um marido mais preto ainda, de nome Esaú”. Ainda sobre Anastácia, em entrevista a Silveira Peixoto no final dos anos 30, incluída no livro Prefácios e Entrevistas, diz Lobato: "Uma preta alta, muito boa, muito resmunguenta, hábil quituteira... Tal qual a Anastácia, ou a Tia Nastácia dos livros" E em outra de suas cartas
para Godofredo Rangel (27/6/1909), escreve: “Eu gosto muito dos negros, Rangel.
Parecem-me tragédias biológicas. Ser pigmentado, como é tremendo!” Em 10 de janeiro de 1917, escreve: “Consulte os negros velhos daí, porque já notei
que os negros têm muito melhores olhos que os brancos. Enxergam muito mais
coisas.”
Existe o
outro lado da moeda, passagens em que fala depreciativamente dos negros, mas
são poucas, numa correspondência que durou
quarenta anos. “A minha ideia do porão falhou, porque uma criada ocupa a
repartição próxima, e como é preta põe lá um bodum pior que o barulho da sala.” (carta a Godofredo Rangel de 30/7/1910) “A Capital [...]
publicou umas tantas infâmias sobre o nosso grande morto [poeta Ricardo Gonçalves], escritas em língua de
negra suja” (29/10/1916) “O negrinho aluno está uma pura maravilha; conheço uns
tantos desses pretos de pastinha, brancos por dentro, pretos só por fora.”
(6/2/1915) Parece absurdo mas na época, assim como alguém pão-duro era chamado
de “judeu” (os dicionários consignam este uso, por exemplo, o Houaiss: “pessoa usurária, avarenta”),
usava-se a expressão “preto de alma branca” para um negro com características
consideradas mais típicas da população branca.
É bem verdade que, em carta de 3/2/1908, quando Lobato tinha 25 anos,
existe um trecho na primeira edição fortemente racista, tanto é que foi eliminado
das edições subsequentes:
Que contra-Grécia é o Rio! O mulatismo dizem que traz
dessoramento do caráter. Dizem que a mestiçagem liquefaz essa cristalização
racial que é o caráter e dá uns produtos instáveis. Isso no moral – e no
físico, que feiúra! Num desfile, à tarde, pela horrível rua Marechal Floriano,
da gente que volta para os subúrbios, perpassam todas as degenerescências,
todas as formas e má-formas humanas — todas, menos a normal. Os negros da
África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão, vingaram-se do
português da maneira mais terrível – amualatando-o e liquefazendo-o, dando
aquela coisa residual que vem dos subúrbios pela manhã e reflui para os
subúrbios à tarde. [...]
Como consertar essa gente? Como sermos gente, no concerto dos
povos? Que problemas terríveis o pobre negro da África nos criou aqui, na sua
inconsciente vingança!...
Talvez a salvação venha de São Paulo e outras zonas que
intensamente se injetam de sangue europeu. Os americanos salvaram-se da
mestiçagem com a barreira do preconceito racial. Temos também aqui essa
barreira, mas só em certas classes e certas zonas. No Rio não existe”
Por outro lado, Lobato sente uma
afinidade pelo povo. Luta em vão contra a burocracia e a ditadura Vargas para
trazer o ferro e petróleo ao país, modernizando-o. No pós-Segunda Guerra
Mundial, simpatiza com o socialismo soviético, como revela ao repórter Tulman Neto do Diário de São Paulo em entrevista publicada em Prefácios e entrevistas: “O quase certo [...] é a passagem da Ordem Social Capitalista para a Ordem Socialista, mais ou menos como na Rússia.” Em carta de 15 de julho de 1915
para Godofredo Rangel, escreve: “A burguesia não tem alma. Educação e riqueza
são máscaras de desindividualização. Que delícia nadar nas ondas da plebe, como
num mar!... Como Gorki nadava...” Em carta de 7/12/1916, escreve: “O caboclo
parece-me hoje açúcar refinado perto do açúcar preto que são os urupês
citadinos de gravata. Que pulhas!” Carta de 17/4/1917: “A nossa imbecilização é
das mais curiosas: vem de cima para baixo, e decresce quando chega ao povo.
Quanto mais conheço os paredros [=manda-chuvas], mais admiro o equilíbrio, a sensatez, a
sanidade mental destes meus bons caboclos da roça.”
Se fosse verdadeiramente racista,
Lobato não elogiaria nestes termos o mulato Lima Barreto, na época vítima de
preconceito: “Conheces Lima Barreto? Li dele, na Águia, dois contos, e pelos jornais soube do triunfo do Policarpo
Quaresma, cuja segunda edição já lá se foi. A ajuizar pelo que li, este
sujeito me é romancista de deitar sombras em todos os seus colegas coevos e
coelhos, inclusive o Neto. Facílimo na língua, engenhoso, fino, dá impressão de
escrever sem torturamento – ao modo das torneiras que fluem uniformemente a sua
corda-d’água.” (Carta de 1o de outubro de 1916 a Godofredo
Rangel) Aliás, Monteiro Lobato, à frente da Editora Revista do Brasil, publicou
uma obra de Lima Barreto, Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá, um total
fracasso de vendas, que Lobato atribuiu ao título, pouco convidativo.
O primeiro livro que Lobato publicou,
baseado em série de reportagens para O Estado de São Paulo, intitulado O Saci-Pererê:
resultado de um inquérito
(1918), é sobre a lenda do
saci, que depois deu origem a um de seus livros da série infanto-juvenil.
Um escritor racista estrearia em livro com uma lenda da cultura negra?
Por todos
esses motivos eu acho um exagero a gente querer tachar o Lobato de racista por
ter criado a tia Nastácia da maneira como criou. A própria caracterização dela
é ambígua. No livro Histórias de Tia Nastácia ela é a figura principal
e, bem no início, observa Pedrinho que “Tia Nastácia é o povo. Tudo que o povo
sabe e vai contando, de um para outro, ela deve saber. Estou com o plano de
espremer Tia Nastácia para tirar o leite do folclore que há nela.” E pouco
depois Pedrinho diz: “As negras velhas são sempre muito sabidas.” Isso é ser
racista? É bem verdade que a certa altura do livro (na história “O Macaco, a
Onça e o Veado”), quando Nastácia observa que “A sina dos carneiros é a panela”,
Emília reage com estas palavras: “Bem se vê que é preta e beiçuda.” Mas Emília
é uma boneca insensível, desbocada, que não respeita ninguém. No início de
Viagem ao Céu, quando Emília diz que “negra velha não tem direito de repousar”, Pedrinho chama sua atenção: “Malvada! Quem neste sítio tem mais direito de descansar do que ela, que é justamente quem trabalha mais? Então negra velha não é gente?”. E o narrador, Lobato, usa com frequência a designação “a boa negra”. Com seus dotes culinários conquista não só os humanos, mas também São Jorge, o Minotauro e o anjinho da Viagem ao Céu: “Quando eu havia de pensar que até os santos e os anjos haviam de comer os meus bolos fritos?“
Como bem lembra o escritor Helio Brasil, em "O Tempo e as Injustiças" (que você pode ler aqui), a espevitada Emília como o sábio e desajeitado Visconde
de Sabugosa “saíram das mãos da negra Nastácia, foram por ela plasmados, a ‘grande
mãe negra brasileira’.”
Quanto ao fato de Monteiro Lobato ter sido partidário da
eugenia, quero lembrar que originalmente se tratou de um movimento que se
acreditava científico, assim como o marxismo, a frenologia e a psicanálise também se
acreditavam científicos (hoje sabemos que não são). Seu objetivo básico era a
melhoria da raça humana em geral, no sentido de eliminar a transmissão de
doenças sabidamente hereditárias, embora como corolário
combatesse a mestiçagem e defendesse o branqueamento da população. Em prefácio ao livro Bioperspectivas do ativista pró-eugenia Renato Kehl, assim Lobato a define: “aplicação da ciência para melhorar o mau animal humano". O próprio Kehl assim a define no Boletim
de Eugenia no 4 de abril de 1929: “A eugenia tem por fim
cooperar para o aumento progressivo dos homens física, psíquica e moralmente
sadios; para a diminuição paulatina do contingente dos fracos, doentes e
degenerados, – concorrendo, desse modo, para a constituição de uma sociedade mais sã, mais moralizada, em
suma, uma humanidade equilibrada,
composta de indivíduos fortes e belos, elementos de paz e de trabalho.” É verdade que a ideia degenerou no delírio da raça
pura do Hitler, mas não é incomum boas ideias degenerarem em ideias péssimas,
por exemplo, a ideia do amor universal de Jesus Cristo degenerou na caça às
bruxas e guerras de religião, e a ideia da sociedade sem classes de Marx degenerou na barbárie
stalinista. Muita gente boa foi partidária da eugenia, não só Monteiro Lobato,
por exemplo Miguel Couto e Roquette-Pinto. O próprio João Ribeiro,
intelectual acima de qualquer suspeita, simpatiza com as Lições de Eugenia
de Renato Kehl (Boletim de Eugenia, 6-7, junho-julho de 1929, p. 6). Por outro lado, Lobato não foi um ativista
histérico, um fanático da eugenia, apenas um simpatizante. Não escreveu
artigos para defender explicitamente a eugenia. Não colaborou com o Boletim de Eugenia, porta-voz
do movimento que circulou de 1929 a 1932, sequer é mencionado lá. Em sua correspondência com Godofredo Rangel que
se desenrolou por um período de quarenta anos e onde ele abria seu coração, a
palavra “eugenia” não ocorre nenhuma vez. Já “progresso(s)” ocorre dez vezes.
Quanto a O presidente negro, é uma obra futurista à maneira
das obras de H. G. Wells que Lobato pretendia lançar nos Estados Unidos para
ganhar muito dinheiro, plano esse que saiu pela culatra. Podemos dizer que foi
o grande equívoco literário de Lobato – afinal, ninguém é perfeito. Assim
descreve o autor sua trama em carta a Rangel:
Uma ideia-mãe! Um romance americano, isto é, editável nos
Estados Unidos. Já comecei e caminha depressa. Meio à Wells, com visão do
futuro. O clou será o choque da raça negra com a branca, quando a primeira,
cujo índice de proliferação é maior, alcançar a branca e batê-la nas urnas,
elegendo um presidente preto! Acontecem coisas tremendas, mas vence por fim a
inteligência do branco. Consegue por meio dos raios N, inventados pelo
professor Brown, esterilizar os negros sem que estes deem pela coisa. (carta de
8 de julho de 1926)
Um romance racista, sim, escrito para uma sociedade então notoriamente
racista, imaginando o que aconteceria se a população negra dos Estados Unidos superasse numericamente a população branca. É como se tentássemos imaginar hoje
como seria Israel se a população árabe ultrapassasse a judaica. Um exercício de
futurologia. Desiludido por não encontrar editor em terras de Tio Sam, Lobato
desabafa para Rangel: “Meu romance não
encontra editor. Falhou a Tupy Company. Acham-no ofensivo à dignidade americana, visto admitir que depois de tantos séculos de progresso moral possa esse povo, coletivamente, cometer a sangue-frio o belo crime que sugeri. Errei vindo cá tão verde. Devia ter vindo no tempo em que eles linchavam
os negros.” Segundo Edgard Cavalheiro, biógrafo de Lobato, o
fracasso deveu-se ao fato de o romance tocar em tema tabu, “falar de corda em casa de enforcado” (Monteiro Lobato, vida e
obra, p. 341).
O presidente negro constitui hoje a principal peça
de acusação na tentativa de incriminar Lobato como tendo sido racista. Até
certo ponto Lobato foi racista, sim. Muita gente boa na época foi racista.
Euclides da Cunha foi. A expressão “raça superior” figura quatro vezes em Os
Sertões, por exemplo: “A mistura de raças mui diversas é, na maioria dos
casos, prejudicial. Ante as conclusões do evolucionismo, ainda quando reaja
sobre o produto o influxo de uma raça superior, despontam vivíssimos estigmas
da inferior. A mestiçagem extremada é um retrocesso.” (Cap. II, O VAQUEIRO). A
intelectualidade era racista como hoje é socialista, e olhem quantas barbáries
se cometeram em nome do socialismo!
Querer boicotar Lobato devido ao seu racismo é injustiça cometida contra um homem tão patriota
que, na luta para modernizar o país e implantar as indústrias do petróleo e do
ferro, tirando assim o Jeca Tatu da miséria, entrou em choque com a ditadura
Vargas e foi parar na prisão. Francamente, Monteiro Lobato tem tantas
qualidades e tão poucos defeitos, mas nós, brasileiros, sofremos de “complexo
de vira-lata” e, agraciados
com um escritor de literatura infanto-juvenil da sua magnitude – escritor este
que, se tivesse escrito em inglês, francês ou alemão hoje seria
internacionalmente conhecido, seu Sítio do Picapau Amarelo transformado em
desenhos animados e musicais – em vez de o valorizarmos e de nos orgulharmos
dele, procuramos seus defeitos.
Cresci lendo as obras de Monteiro Lobato e confesso que,
na inocência da infância e adolescência, jamais detectei sinais de racismo,
embora agora adulto eu consiga perceber que ao menos a espevitada e politicamente incorreta personagem Emília tem lá
seus arroubos racistas. Lobato é um autor de uma imaginação estonteante, e
acredito que, se adotado no nosso ensino, o nível cultural de nossa juventude daria
um salto de qualidade. Lobato aborda a mitologia, o folclore, a literatura
clássica, a geografia, a astronomia, a gramática, a aritmética, história do
mundo, história das invenções, exploração do petróleo, o diabo a quatro. Creio
também que, se tivesse escrito numa língua universal, como o inglês ou francês,
suas obras virariam desenhos animados de sucesso internacional e o Sítio do
Picapau Amarelo tornar-se-ia parque temático. Claro que tudo isto são meras
especulações. Caso discorde do meu ponto de vista (ao contrário dos esquerdistas, não sou dono da verdade) deixe seu comentário.
E, last but not least, para dar uma ideia da criatividade de Lobato, transcrevo um diálogo da Emília e Dona Aranha, costureira, em Reinações de Narizinho:
– Mas quem é que fabrica esta fazenda, Dona Aranha? [...]
– Este tecido é feito pela fada Miragem – respondeu a
costureira.
– E com que a senhora o corta?
– Com a tesoura da imaginação.
– E com que agulha o cose?
– Com a agulha da fantasia.
– E com que linha?
– Com a linha do sonho.
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